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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Fluindo

É tão difícil colocar em palavras, que resolvi apenas deixar fluir... Deixar fluir.
Essa deveria ser a senha para viver a vida do jeito que se deve. Não pensar muito, não falar muito. Apenas agir e deixar as consequências virem depois... Ah, as consequências!

Elas vêm. Elas sempre vêm. De um jeito meio tosco, bruto e serpentino. Talvez se eu tivesse pensado melhor aquele dia, se tivesse esperado, se não tivesse agido por agir, eu ainda teria você aqui comigo. Não do jeito que eu queria. Não do jeito certo. Mas como deveria ser.

Você. Eu. Que dupla! Poderíamos ser um time incrível. Não precisava de beijos, ou carícias. Eram os nossos conselhos mútuos, nosso jeito parecido de encarar a vida, mesmo sendo tão diferentes.Mas a gente se precipitou. Não pensamos, só agimos. Só deixamos fluir.

Alguns minutos da expressão do que os nossos corpos pediam, e estragamos todo o resto. Não posso mais te admirar em segredo, e a visão que você tinha de mim mudou. Nós mudamos. No final, tudo era uma farsa. De repente, a gente percebe que aquela relação não era tão forte quanto imaginávamos. Nosso jeito de ver a vida não é tão parecido.

A verdade é uma consequência que dói. É traiçoeira, porque sempre estava ali, apenas nossos olhos não conseguiam enxergar. Ou vai ver, apenas os meus não enxergavam o que estava escancarado: a gente não combina. Éramos um time fadado ao fracasso.

Deixando fluir, fica ainda mais claro: aconteceu o que deveria acontecer. O que estava destinado a acontecer desde o primeiro dia que te vi. Conhecer você não pode ter sido apenas o acaso. Não sei se foi destino, um golpe de sorte, um golpe de azar ou uma infeliz coincidência. Mas foi algo. Você me mudou de um jeito irremediável. E eu sei que te ensinei alguma coisa, de todo modo. Nossas vidas se entrelaçaram, fizeram um nó sufocante, mas que foi desatado tão rápido. Mais rápido do que deveria.

Você e eu, deveria ser tão certo.
Eu e você, como pôde dar tão errado?

O que restou em mim foram várias lembranças de um período curto de tempo da nossa relação inocente e vaga, mas que contariam um livro. Um livro de escrita leve, daqueles que você devora, e torce para que não acabe tão cedo.

Pra você, é isso. Acabou. Aconteceu o que deveria ter acontecido. Fluiu.
Pra mim, isso é uma parte da história. Foi bonito e confuso. Muito confuso! E no futuro, quem sabe, a gente passa a limpo, e tenta completar essas frases sem sentido, esses diálogos inacabados e essas interrogações espalhadas. É só um rascunho, oras!

Eu deveria fazer com você o que você faz comigo. Entende que acabou, e não insiste. Mas é tão difícil não insistir, quando você está há alguns passos daqui. Seu calor continua radiando em mim como nada antes. Essa queimadura arde, mas eu gosto, você sabe. Você é, ao mesmo tempo, a pílula que me mata e a porção que me cura. Mas nós dois sabemos as consequências de uma dosagem errada.

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